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O SENHOR DOS FOGARÉUS

Espetáculo MalaD'arTe

Sinopse

Os julgamentos fazem parte dos nossos dias, mas no passado faziam parte da morte. Numa condenação intemporal, onde o medo e angústia sobem de tom e com a força do fogo, os sentimentos sobem à flor da pele. Os senhores destas terras serão sempre donos delas, até aos dias que subiram à corda e os superiores lhes sugarem o sangue e as entranhas como se de um animal se tratassem…​

"Vivemos para a vida confortável dos que mandam, sem gozar desse conforto. Somos canibais que oferecem a carne à sede insaciável dos senhores que vestem o ouro do nosso suor. Somos confortados com promessas e festas, onde não nos convidam para dançar. Arrastamos a mão de trabalho para invocar um voto, só para nos sentirmos bem com o dever cumprido. Dever, uma ova! Dançamos ao ritmo de quem manda e morremos a seus pés como objectos inanimados, com Alzheimer e demências que ninguém consegue curar. Afinal o voto… O voto é apenas uma simples cruz que o povo irá carregar até ao fim das suas vidas. Uma cruz banhada em ouro para servir de trono àqueles que mandam, sorridentes e embeiçados, durante a propaganda e o mandato. Somos seres desprezíveis a viver a vida alheia e a tentar lutar a favor da honestidade. Sim, encontrámo-la no dicionário dos eleitos, onde o significado refere pobreza. Eis o caminho que não convém seguir, mas que é imprescindível ensinar ao povo. E o povo, sem rumo e sem trilho, segue esse caminho, liderado pela escumalha que o envenena até às entranhas do osso. Somos ridículos, ao ponto de acharmos que tudo vai mudar e que essa mudança, no futuro de seres tão ridículos, é apenas a morte lenta anunciada por aqueles que se sentam nas melhores poltronas do nosso país. Somos clientes do nosso próprio sangue, do nosso próprio suor - suor limpo, sujo pelas mãos de quem manda. O sofrimento é eterno e a morte é lenta. Somos escravos da nossa própria vida. E só porque ironicamente o povo é quem ordena, sobra-nos rastejar e abandonar a vida, com o sentimento do dever cumprido."

Ficha Técnica

Texto e Encenação

Tiago Fernandes

Género

Espetáculo de fogo

Interpretação

Catarina Barbosa

Leandro Liberalli

Mafalda Santos

Pedro Rodrigues

Tiago Fernandes

Rafael Costa

Ano de produção 

2016

Produção

MalaD'arTe

Locais apresentados: Palácio do Raio no evento 'Braga Barroca' promovido pela CMB 2016 | 'Aldeia de Jesus' em Santa Lucrécia de Algeriz 2018

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